BACUARA

BACUARA

“Ser bacuara não é empreito comum, sequer é volição, sequer é objetivo, é pura descoberta, epifania grata, tudo nele vem naturalmente e tão necessariamente como o primeiro suspiro, aquele que se julga ter todo o saber decididamente não o é. Bacuara é luz entendida, jamais contemplada, é o círio permanentemente aceso contra o vigor de Éolo em apagá-lo. O bacuara apreende e muito, muito depois aprende e novamente apreende e assim em sucessivas pororocas centrifuga e fala.”

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O INDIVÍDUO É PARVO?






A função das escolas do governo é influenciar a mentalidade dos jovens de modo a fazê-los aceitar as virtudes do estado e da intervenção governamental.  Em muitos países, o governo não tem o monopólio compulsório da educação, mas se aproxima bastante desse ideal ao exigir o comparecimento obrigatório de todas as crianças tanto nas escolas do governo quanto nas escolas particulares aprovadas ou credenciadas pelo governo.  A presença obrigatória arrebanha nas escolas aqueles que querem e aqueles que não querem estudar, o que gera um excesso de demanda escolar.  São poucos os jovens que permanecem em campos concorrenciais às escolas, como o estudo domiciliar, um emprego qualquer ou mesmo o lazer.
Outra atividade governamental bastante curiosa que cresceu enormemente - e cuja grande popularidade é uma notável indicação da maciça ignorância popular em relação às leis praxeológicas - é a Previdência Social.  Esse sistema confisca a renda dos assalariados pobres na presunção de que irá investi-lo de maneira mais sábia do que os próprios, para então, mais tarde, devolver o dinheiro a eles ou a seus beneficiários quando estiverem mais velhos.  Chamada também de "seguridade social", tem-se aí um típico exemplo de empreendimento governamental: não há relação entre a importância paga e os benefícios gerados, com ambos mudando anualmente de acordo com as pressões políticas.  No livre mercado, qualquer um que deseja investir em uma anuidade de seguro ou em ações ou em imóveis pode fazê-lo livremente.  No sistema estatal coercivo, o indivíduo é obrigado a transferir seus fundos para o governo, pois é tido como suficientemente parvo para geri-lo por conta própria.  Tal sistema, obviamente, diminui seu bem-estar.




BACUARA:    Murray N. Rothbard

terça-feira, 24 de agosto de 2010

BUSCAR LEIS

 
 
"A princípio, uma vez aprovado certo tipo de governo, talvez nada mais lhe tenha ocorrido quanto à maneira de governar, mas tudo foi deixado à sabedoria e à discrição dos que iriam exercer o poder; até que, com a experiência, perceberam que isso era fonte de muitos inconvenientes para todos, pois aquilo que haviam concebido como remédio só contribuía para aumentar o mal que deveria curar, Eles verificaram então que viver submetidos à vontade de um homem tornara-se a causa da infelicidade de todos. Isso os obrigou a buscar leis pelas quais os homens poderiam entender, de antemão, quais eram seu deveres e saber em que penalidades incorreriam por sua transgressão."
 
 
 
BACUARA:     Richard Hooker

terça-feira, 17 de agosto de 2010

EU TE AMO



"O essencial da guerra é a destruição, não necessariamente de vidas humanas, mas de produtos do trabalho humano. A guerra é um meio de despedaçar, ou de libertar na estratosfera, ou de afundar nas profundezas do mar, materiais que de outra forma teriam de ser usados para tornar as massas demasiado confortáveis e, portanto, com o passar do tempo, inteligentes."

A mentira do Partido era a prova que Winston procurava para si. Havia algo podre na Oceania. Winston, que era curioso mas não era burro, joga o papel que podia incriminá-lo no buraco da memória. Revoltado, escreve no seu diário que liberdade é poder escrever que dois mais dois são quatro. As fábricas russas ainda contém placas com o lema: dois mais dois são cinco se o partido quiser.

Não era bem-visto que membros do Partido freqüentassem o bairro proletário. Winston estivera havia poucos dias no mesmo local para comprar seu diário. Depois de um costumaz bombardeio, Winston entrevista pessoas sobre como era a vida antes da guerra, mas os idosos não lembram mais, apenas futilidades e coisas pessoais. Ao voltar ao antiquário o propietário tem uma surpresa para o curioso por antiquidades. Winston esperava ver algum objeto anterior ao Partido, mas o que o sr. Carrrington lhe mostra é um quarto com arrumação e mobílias antigas. Sem teletelas.

Winston, ao sair do antiquário, vê uma mulher e desconfia que ela seja uma espiã da Polícia do Pensamento. No dia seguinte, a encontra no Ministério da Verdade, o que aumenta o seu temor em ser denunciado. Ao passar por Winston, ela simula uma dor para desviar a atenção das teletelas, e lhe passar um bilhete escrito: "Eu te amo".
 
 
 
BACUARA:      George Orwell

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

APENAS ISSO!

Os padeiros estavam carregando bolos para o mercado, e os pastores queriam alguns. Os padeiros recusaram, de forma bastante rude, chamando os pastores de "apostadores tagarelas, comilões alcoolizados, gulosos sardentos, canalhas desprezíveis, cagões vigaristas, baderneiros bêbados”, e mais. Padeiros e pastores se atacaram, e os pastores acabaram comprando diversos bolos em troca de dinheiro, mais de cem ovos e três cestas de amoras. Os padeiros foram reclamar com o rei Picrochole, que mandou soldados para devastar o campo. O bom monge Frère Jean fez muito para defender os pastores, e Gargântua o ajudou estabelecendo um monastério, Theleme, que era um paraíso libertário. Seu lema era: "Faze o que quiseres". "Suas vidas eram regidas não por leis, estatutos ou regras, mas segundo seu próprio livre-arbítrio e vontade. Levantavam-se de suas camas quando achavam por bem; comiam, bebiam, trabalhavam, dormiam conforme seu estado de espírito e disposição... Com tal liberdade, assumiram um hábito muito louvável de fazerem, todos eles, aquilo que constatavam que os agradava”. "Na abadia não havia disciplina alguma que não fosse auto-imposta; todos os arranjos se baseavam na responsabilidade individual... Não há, acreditamos, concepção mais elevada, convincente e sã das potencialidades da natureza humana dotada de não mais do que a mera liberdade – apenas isso.



BACUARA:   François Rabelais